A colonização norte-americana começou a partir do início do século XVII, partindo da Nova Inglaterra, com a fundação de Jamestown, em 1607, na Virgínia, a chegada do Mayflower em 1620 e o início da vinda de levas de puritanos um década após. A primeira igreja a chegar foi a anglicana, no seio da qual se alojavam os puritanos, que geraram a igreja congregacional ainda na Inglaterra. O Congregacionalismo, porém, encontrou campo para grande expansão nos Estados Unidos, longe da igreja oficial inglesa. Na costa leste, chegaram outros grupos religiosos, como os quacres (quakers) na Pensilvânia, os batistas em Rhode Island, além de presbiterianos e outros. Mesmo os católicos receberam uma colônia entre as treze iniciais, Maryland, através do líder católico Lord Baltimore. Mesmo Nova York, na época inicial chamada de Nova Amsterdã, empreendimento da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, teve como primeira igreja a protestante tradicional trazida da Holanda.
As
colônias do norte, chamadas de Nova Inglaterra, compreendiam os territórios de
Massachusetts, Delaware, Connecticut, Rhode Island e Maine. Os colonos se
dirigiam na Nova Inglaterra especialmente em busca de liberdade religiosa e
política. Assim, desenvolveram uma ligação muito forte entre a religião e a
política, pois as decisões eram tomadas em assembleias na igreja. As colônias
do centro eram formadas por Nova York, Nova Jersey, Pensilvânia e Delaware. As
colônias do sul eram constituídas por Maryland, Virgínia, Carolina do Norte,
Carolina do Sul e Geórgia. Na Virgínia, nas Carolinas, tanto
norte quanto sul, e na Geórgia, predominavam inicialmente os anglicanos e os
batistas; em Nova York, os quacres, católicos, luteranos, judeus e outros; na Província de Massachusetts, Connecticut, New
Hampshire,
os puritanos; em Maryland, os católicos; em Rhode Island, os batistas; em Delaware, os
Quacres, Católicos, Luteranos, judeus
e outros; em Nova Jérsei, os Quacres, Católicos, Luteranos, Judeus
e outros; na Pensilvânia, os quacres. A partir das colônias iniciais, a igreja,
em seus diferentes grupos, se espalhou para os demais territórios e estados que
se anexaram.
Trazendo a história até os dias de hoje, a Constituição americana
veda que se leve a visão religiosa para as funções públicas. Porém, como pode o
cristão atuar na política, na família, nos tribunais e nas escolas e não ter a
fé pessoal diante de medos apocalípticos, ao mesmo tempo em que se anseia por
uma América e um mundo com um grande avivamento e renovação nos seus ideais
sociais? Um historiador comparou os evangélicos americanos do século da
colonização a "imigrantes sem raízes numa terra nova". No final do
século XIX e início do XX, seus descendentes começaram a pregar novamente a
segunda vinda de Cristo, numa visão premilenista do fim. Surgiu o fundamentalismo
no início do século XX, com base no premilenismo e na busca da santificação, e
em reação ao criticismo bíblico e à teologia liberal. Na segunda metade do
século XX, surgiu Billy Graham, com suas cruzadas de evangelismo. O
pentecostalismo, movimento surgido nos Estados Unidos, foi divulgado no século
XX e, em 100 anos, dividiu o mundo cristão em duas metades: tradicionais versus
pentecostais. Essa divisão atingiu catolicismo e protestantismo. Na segunda
metade do século, desenvolveu-se o neopentecostalismo. O batismo no Espírito
Santo como segunda bênção e a busca dos dons carismáticos caracterizam o
movimento em geral.
A fé é importante nos dias atuais? Ela tem feito diferença no comportamento humano? A partir do final do século XX, a sociedade americana estava assolada pelo crime, divórcio, racismo, violência, perversão sexual, alcoolismo e drogas. Quando Jimmy Carter assumiu a presidência americana e se posicionou como cristão batista e diácono da igreja, trazendo para o debate nacional o tema “fé e poder’, Schlesinger Jr., um historiador, afirmou discordar da postura de Cárter com relação à crença em Deus e em seu filho Jesus Cristo. "Se ele pensa dessa maneira, muito bem para ele, mas é totalmente irrelevante para a campanha", afirmou ele no final. Será que isso também se aplica ao pensamento de evangélicos e cristãos em geral, tendo a fé se tornando totalmente irrelevante para a sociedade moderna?