O que foi apresentado até aqui é parte da ciência chamada história, que, pelas suas limitações de fontes e neutralidade, coloca como limite entre o fato histórico a ser narrado e o historiador um tempo mínimo de uma geração, que alguns entendem ser de 40 anos. Assim sendo, a história que está sendo vivida hoje somente poderá ser contada com um mínimo de neutralidade em 2050, 2060. Mas a história não para, ela é contínua no seu transcorrer. No século XX, os acontecimentos têm sido acompanhados pela mídia, nome que se dá a toda a forma de divulgação de notícia, seja ela escrita, falada, televisionada ou mesmo divulgada pelas redes sociais.
Embora a origem dos
jornais não seja clara, os historiadores
atribuem ao Imperador Romano Júlio César sua invenção. O imperador, além de
excelente general e comandante, também foi ótimo profissional de marketing:
para divulgar suas conquistas militares e informar o povo da expansão do
Império (com muita propaganda pessoal), César criou a chamada Acta Diurna,
o primeiro jornal de que se tem notícia no mundo. O jornal era publicado
em grandes placas brancas de papel e madeira (estilo “outdoor”), expostas nas
principais praças das grandes cidades para que as pessoas lessem de graça. No
Império Romano, os textos eram transportados a pé ou a cavalo, e, embora
publicadas praticamente todos os dias, as notícias eram de dias ou semanas atrás. Sendo publicação de jornalismo oficial, o
jornal não era imparcial, nunca divulgando notícias negativas de derrotas do
Exército Romano ou escândalos com pessoas públicas aliadas ao Imperador.
Com Johannes Gutenberg, houve uma evolução dos jornais e o jornalismo deu um salto tecnológico, com a prensa de papel tornando mais ampla, rápida e barata a publicação de livros e jornais. Na Era Industrial, a atividade do jornalista passou a ser profissional, surgindo os primeiros cursos de jornalismo nas Universidades da Europa. Surgiu nessa época o conceito de liberdade de imprensa, tendo sido a Suécia o primeiro país do mundo a implementá-la em lei de 1766. Também é sueco o “Post Och Inrikes Tidningar”, de 1645, o primeiro jornal de que se tem notícia. O telégrafo foi inventado em 1844, permitindo que textos fossem repassados pelos profissionais de jornalismo às redações em questão de minutos. No início do século XX, pesquisas afirmam que um em cada dois norte-americanos adultos lia jornal uma vez por dia. Com a chegada do rádio, a mídia impressa passou a ter um concorrente. Os jornais reagiram e adotaram a publicação de fotos grandes e coloridas, substituindo as imagens em preto e branco, além de adotarem uma linguagem mais popular e criarem novas sessões, dando espaço a esportes e humor. Outro concorrente foi a televisão, que demoliu a hegemonia do jornalismo clássico, tornando-se o principal canal de mídia do mundo a partir da segunda metade do século XX. A partir de 1980, com os computadores e a Internet, surgiu o chamado "web-jornalismo", com a agilidade da linguagem, a velocidade de atualização e o baixo custo de produção. A internet é atualmente a mídia que mais cresce no mundo. O Japão e a China são os países onde a leitura de jornais é mais intensa, com 7 entre os 10 jornais mais lidos do mundo sendo orientais.
Assim sendo, como a Igreja continua sua atuação no mundo, os próximos textos procurarão focalizar a Igreja do século XXI, época iniciada em meio a dificuldades que serão apenas mencionadas a seguir: atentados terroristas de 11/09/2001; guerra contra o terror; invasão do Iraque pelos EUA em 2003; tsunami de 2004; terremotos e outros eventos catastróficos da natureza; guerras e conflitos em diferentes partes do mundo; “Primavera Árabe”; eleição de Barack Obama em 2008 para a presidência dos EUA; grande crise econômica de 2008; eleição de Donald Trump em 2016 como sucessor de Obama; novos avanços tecnológicos e descobertas científicas. Na área da Igreja, envolvendo o catolicismo, tivemos como acontecimentos: morte do papa João Paulo II; eleição do novo papa Bento XVI; renúncia de Bento XVI; eleição do Papa Francisco.
Ao escrevermos este texto, em 2020, estamos convivendo com uma pandemia muito séria provocada pelo vírus chamado de COVID-19, que provocou um confinamento da população em grande parte do mundo, principalmente no Brasil, além de paralisação na economia dos diferentes países, com consequências que somente a história poderá explicar depois desta geração.
Os textos colocados como anexos a seguir não serão históricos, mas apresentam comentários sobre diferentes aspectos que têm afetado a atuação Igreja nesta era, que já está sendo chamada de Pós-Modernidade, embora prefiramos a denominação Modernidade Líquida, já que as promessas da Modernidade derreteram, viraram água, se esvaíram, deixando uma sensação de frustração na geração atual. Essa sensação se agravou com a pandemia de 2020, por conta do COVID19, que trará tempos diferentes após sua passagem pelo mundo. Esperamos por uma “nova normalidade”, seja isto o que for. Que Deus tenha compaixão do cristão, de sua Igreja e da humanidade em geral.