Tendo surgido na Antiguidade, o Cristianismo, inicialmente restrito a
Jerusalém, alcançou a Judeia, Samaria, espalhou-se pelo Império Romano e, na
Idade Média, com a organização do Catolicismo, dominou as regiões da Europa
Ocidental a partir de Roma, alcançando as tribos germânicas que deram fim ao
Império Romano do Ocidente, e dominou também regiões orientais, tendo
Constantinopla como ponto de partida. Durante alguns séculos, a Igreja esteve
centralizada na Europa, tanto Ocidental quanto Oriental, atingindo a Rússia e
países eslavos.
Com a descoberta do Novo Mundo, na
América Latina, os católicos foram os primeiros a levar o Cristianismo às novas
terras descobertas, com a Espanha e Portugal ainda disputando a liderança do
mundo civilizado. Os protestantes, tendo chegado um século após o catolicismo,
ficou inicialmente restrito à América do Norte.
Já no século XX, até a queda do Muro de
Berlim, as nações do mundo se dividiam em três grupos: as mais avançadas do
Ocidente ou 1º Mundo, as do mundo comunista (2º Mundo) e as do 3º Mundo,
incluindo a América Latina, África e Ásia quase que inteira. No final do século
XX e início do XXI, a Europa não era mais um "continente cristão" nem
a África um "continente negro". No sul do Saara, o cristianismo vem
crescendo aceleradamente e novas congregações são fundadas a cada dia. O
profeta Simon Kimbangu, por exemplo, criou no Zaire (antigo Congo Belga), uma igreja
cujos seguidores chegam a alguns milhões. As "Igrejas africanas
independentes" chegam a milhares de movimentos religiosos entre cerca de
300 tribos diferentes. As igrejas, chamadas de proféticas, separatistas,
messiânicas, sionistas, entre outros adjetivos, inicialmente fundadas em geral
por denominações tradicionais, ortodoxas ou não, abandonam a conexão com os
grupos fundadores e passam a desenvolver características próprias, algumas até
abrigando entre seus membros uma "pessoa divina", segundo a tendência
carismática do povo africano. No mundo atual, a África, além do Brasil e da
Coreia, por exemplo, é apontada como região onde o Cristianismo tem crescido
muito, sendo vistas as regiões como novos celeiros missionários.
A partir da Primeira Guerra Mundial, o
poder do mundo europeu começou a ruir em suas colônias ao redor do mundo. A
secularização na Europa e na América do Norte foi-se acelerando e o
cristianismo foi atingido. Eram mudanças que atingiam o mundo ocidental desde o
século XVIII. Para o povo medieval, Igreja e Estado eram duas faces de uma
mesma moeda, o Mundo Cristão. A palavra secular, não utilizada na
época, era sinônimo de pagã ou herege. Sagrado e secular foi
uma distinção introduzida pelo Iluminismo, a partir da qual a religião passou a
representar apenas parte da vida humana e não a sua totalidade. Mundo secular é
aquele distanciado de Deus, que não faz sua vontade ou reconhece seus valores.
Fala-se hoje em época pós-cristã. O cristianismo na Ásia tem crescido muito a
partir da segunda metade do século XX. Índia, Coreia, Filipinas, Indonésia e
Burma (antiga Birmânia) têm tido notável crescimento, mas outros países ainda
são regiões não alcançadas.
As igrejas protestantes somente
iniciaram seu movimento missionário a partir do século XIX, sendo seus
missionários enviados à América Latina somente a partir da segunda metade do
século, passando a investir mais maciçamente a partir da Segunda Guerra
Mundial. O mundo pentecostal também cresceu proporcionalmente mais que o
tradicional, praticamente igualando-se a ele ou ultrapassando-o em número. O
catolicismo também experimentou um crescimento com a criação dos grupos
carismáticos.
Na África, o regime colonial chegou ao
fim na segunda metade do século XX. Em 1975, 42 países africanos já haviam se
tornado independentes e entrado para a ONU. A liderança desses países era fruto
de escolas missionárias, do ramo católico ou protestante. Movimentos de
avivamento no meio cristão ocorreram no período, aumentando muito a membresia
das igrejas. O grande problema ainda não solucionado é o relacionamento entre o
cristianismo e a cultura local, conflito que ocorre não somente na África, mas
em qualquer cultura não cristã. Costumes, deuses locais, questões morais de
caráter pessoal ou comunitário são desafios para o missionário cristão.
Apesar do grande avanço do Cristianismo no mundo durante estes vinte séculos de história, atingindo nominalmente cerca de um terço da população mundial no final da segunda década do século XXI, com cerca de 2,3 bilhões de adeptos. Outras religiões importantes são, em ordem decrescente: o islamismo, com cerca de 1,8 bilhões de adeptos; o hinduísmo, com cerca de 1.1 bilhões de adeptos; o budismo, com cerca de 500 milhões de adeptos; as religiões tradicionais chinesas e africanas têm cerca de 394 milhões e 100 milhões de adeptos respectivamente; sikhismo, espiritismo, judaísmo e bahái vêm a seguir, com cerca de 65 milhões de adeptos. Dois terços do mundo ainda não aceitou o senhorio de Jesus Cristo, embora parte dele já tenha sido alcançado pela mensagem. Não atingimos ainda “os confins da terra” ordenado por Jesus no “Ide” registrado em Atos. A seara ainda é grande e os ceifeiros ainda são poucos, mesmo nos lugares já alcançados (e às vezes perdidos) pelo evangelho.