Os atuais Estados Unidos da América nasceram da
união de Treze Colônias britânicas estabelecidas na costa atlântica da América
do Norte a partir do século XVII, a chamada “Costa Leste”. O tratado de
Versalhes, de 1783, afirmava que os Estados Unidos se estendiam da Costa do
Atlântico até o Mississippi. As Treze Colônias rebelaram-se contra o
domínio inglês, na Guerra de Independência, de 1775 a 1783. O primeiro
presidente norte-americano foi George Washington. Os demais estados, hoje em
número de 50, foram incorporados ao país após a independência. Das treze
colônias iniciais ao leste, o movimento de ocupação do território caminhou para
o centro e para o sul.
Desde tempos coloniais, mão-de-obra
foi um problema enfrentado, gerando grandes diferenças socioeconômicas no país;
o Norte tornou-se industrializado e o Sul, agrário. A falta de mão-de-obra
incentivou a imigração europeia no Norte e o uso do trabalho escravo no Sul
trouxe escravos negros do continente africano. Os Estados industrializados do
Norte eram contra a escravidão, enquanto o Sul a achava indispensável para sua
agricultura. Estas diferenças levaram à formação dos Estados
Confederados da América, no Sul, o que gerou a Guerra Civil Americana, entre
1861 e 1865; nessa guerra, o número de baixas americanas foi maior do que a
soma de todas as baixas americanas sofridas em todas as outras guerras nas
quais os Estados Unidos se envolveram, desde sua independência, até o século
XX.
O Velho Oeste norte-americano
foi aos poucos incorporado à federação, além da Louisiana, adquirida no tempo
de Bonaparte; da Flórida, vendida pelos espanhóis; do Alasca, vendido pela
Rússia; do Oregon, cedido pelos ingleses aos norte-americanos. Do final do
século XVIII até meados do século XX, novos territórios e estados foram sendo
anexados, ampliando as fronteiras do país até ao Oceano Pacífico. No
início do século XIX, houve uma intensa imigração nos Estados Unidos, vindo
gente da Alemanha, da Irlanda e da Inglaterra, além de outros países, fugindo
da difícil situação econômica europeia. Muitos artesões estavam desempregados
com a industrialização, e a concentração fundiária resultou na expulsão de
camponeses das terras, o que veio suprir a falta de mão-de-obra já citada. Isso
causou um rápido crescimento demográfico dos EUA e o desejo de conquistar as
terras do Oeste. A descoberta de ouro na Califórnia, território conquistado,
além de outros, após guerra contra o México, ampliou o desejo de conquista rumo
ao Pacífico. No século XIX, a construção de ferrovias fez cair o preço
dos transportes, com a ampliação das linhas férreas; em 1890, já havia uma
linha fazendo ligação entre a Costa do Atlântico ao Pacífico.
A existência de tribos nativas nas
terras norte-americanas sempre se constituiu em um desafio para o europeu. Aos
poucos, as populações indígenas foram dizimadas e o remanescente confinado em
reservas. “... essa reivindicação nos é dada pelo direito do nosso
“Destino Manifesto” de nos expandir e possuir todo o continente que a
Providência nos deu para o desenvolvimento da grande experiência da
Liberdade...” O trecho faz parte de um texto do jornalista
John Louis O'Sullivan, de 1845, discutindo ele a doutrina “Destino
Manifesto”, crença comum entre os habitantes dos Estados Unidos de que o
povo americano fora eleito por Deus para civilizar o seu continente. Antes
dela, a Doutrina Monroe, de 1820 já havia declarado “A América
para os norte-americanos”. Ampliando o alcance do fato, mais tarde, a
doutrina “Destino Manifesto” fundamentou as atrocidades contra os
indígenas, além de embasar a política expansionista dos Estados Unidos para a
América Central e Caribe; ainda hoje, há resquícios do "Destino
Manifesto" na política estadunidense de “guardiões da democracia e da
liberdade mundial”.
Este texto abordou apenas o aspecto histórico da emancipação norte-americana, que bem pode ser entendida pelos pontos cardiais: começou a leste, espalhou-se inicialmente para o norte e para o centro-sul, culminando com a conquista do oeste longínquo (far west), que serviu de base para tantos filmes que contaram e ainda contam essa saga expansionista dos Estados Unidos. O próximo texto procurará abranger o papel da Igreja em toda essa história.