As colinas da Galileia sempre abrigaram grupos
guerrilheiros judaicos prontos para iniciarem uma revolta ou destruir um
símbolo de autoridade romana na Palestina. Dividiam-se eles em facções:
fariseus, saduceus, zelotes, essênios, cada qual com suas crenças e
características. Precedido de João Batista, Jesus iniciou seu ministério na
Galileia e pregou sua mensagem aos seus seguidores, anunciando a chegada do
Reino de Deus e reunindo muitos discípulos pelos sinais que fazia.
Os judeus estavam presentes em
grande número por todo Império Romano, chegando talvez a 7% da população total.
Suas diferentes crenças religiosas provocavam tanto atração quanto repulsa para
seus vizinhos: alguns gentios, gregos e romanos viam as doutrinas da sinagoga
como sabedoria profunda; outros não tinham tanta certeza. A maioria desses
gentios permaneceu na categoria de "tementes a Deus", interessados na
fé judaica. Após o ano 70 depois de Cristo, o centro do movimento cristão se
transferiu de Jerusalém para a Antioquia, na Síria, atingindo o evangelho a
Bitínia, Roma, Lyon na França, chegando à Bretanha, Cartago e Alexandria no
Egito, no norte da África. Por volta do final do século terceiro, todas as
áreas do império tinham algum testemunho do evangelho, sendo as mais fortes a
Síria, a Ásia Menor, o norte da África e cidades maiores, como Roma e Lyon. As
pessoas das aldeias, na maior parte das regiões, permaneceram inalcançadas.
Começando pelo livro de Atos dos
Apóstolos, provavelmente escrito por Lucas, a história da Igreja cristã tem sua
origem no Dia de Pentecostes, em Jerusalém, quando o evangelho foi pregado a
milhares de pessoas, que o entenderam em suas línguas de origem, embora nem
todos morassem na Judeia, graças ao dom de línguas dado pelo Espírito Santo aos
seguidores de Jesus. A Igreja começou com força, tendo naquele dia cerca de
três mil pessoas se somado aos 120 iniciais, e viveu um período em Jerusalém de
comunhão no partir do pão, nas orações e também nos bens pessoais, suprindo as
necessidades de muitos seguidores. O primeiro mártir foi Estêvão, que morreu
apedrejado pelos próprios judeus, fato que causou a primeira perseguição à
Igreja e a fuga de parte dela para as regiões gentias. Isto fez com que o IDE
de Cristo para a pregação do evangelho iniciasse sua caminhada geográfica, de
Jerusalém à Judeia, Samaria, até os confins da terra. Pedro foi o líder inicial
do rebanho em Jerusalém, tendo Paulo assumido a liderança do trabalho entre os
gentios a partir de três viagens missionárias realizadas com base em Antioquia.
O livro de Atos termina com Paulo na prisão em Roma.
Após o livro de Atos, a história registra como fatos marcantes no século o incêndio de Roma, a morte de Pedro e Paulo e a destruição de Jerusalém e do Templo no ano 70. A tradição afirma que o último apóstolo a morrer foi João, em Éfeso onde residia e terminou seu ministério, no ano 100, encerrando o Século Apostólico. Antes de sua morte, em exílio na ilha de Patmos, João teve a revelação sobre os últimos tempos relatada no Apocalipse, livro que encerra o Novo Testamento. Ao instituir a Ceia do Senhor, tomando o cálice, Jesus afirmou: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês”. A velha aliança havia sido estabelecida com Abraão, no Antigo Testamento, ao prometer Deus ao patriarca fazer dele pai de uma grande nação. A promessa se cumpriu, tendo surgido Israel como povo escolhido. A nova aliança (ou novo testamento) estava sendo estabelecido pelo Filho com a Igreja, os cidadãos do Reino de Deus, entre os quais nos incluímos.
Que o estudo da história desta Igreja seja
edificante para todos os que dela tomarem conhecimento, para que, nos momentos
de grandes vitórias ou mesmo naqueles de grandes dificuldades, possamos ver a
mão de Deus orientando e transformando em bênçãos para seus filhos os eventos
acontecidos em quase vinte séculos de existência do Corpo de Cristo sobre a
terra.