Em 1492, o italiano Cristóvão Colombo aportou
em terras que julgou ser as Índias, na Ásia. Havia chegado à América, aportando
na ilha de São Salvador, no Caribe, tomando posse da terra em nome dos reis
católicos da Espanha Fernando e Isabel. Ainda no século XV, os católicos
romanos iniciaram a catequese católica nas colônias espanholas e portuguesas na
América Latina.
Portugal e Espanha eram as duas potências
europeias dos séculos XV e XVI, época das grandes navegações oceânicas. A expansão
colonizadora de espanhóis e portugueses na América do Sul foi tão grande em sua
conquista territorial que o Papa Alexandre VI precisou ser consultado por
ocasião do Tratado de Tordesilhas, que traçava uma linha divisória imaginária
de Norte a Sul e determinava a porção leste (onde hoje está o Brasil) para
Portugal, e a porção oeste para Espanha, onde estão hoje os demais países da
América Latina. O papa delegou a responsabilidade de evangelização das novas
terras aos reis de Portugal e Espanha. As três caravelas de Colombo inicialmente
e, alguns anos depois, as de Cabral, trouxeram o Catolicismo espanhol e
português para a América. Na segunda viagem de Colombo, os espanhóis
descobriram ouro no Haiti, o que acabou criando a lenda do Eldorado americano.
O processo de reconquista na Península Ibérica do
domínio muçulmano imprimiu à colonização espanhola do Novo Mundo um espírito de
cruzada. A catequização dos nativos ficou a cargo dos jesuítas, cujos métodos incluíam
a violência, uma vez que a extinção das idolatrias
nativas (rituais, monumentos e objetos sagrados dos indígenas) era vista como
necessária para a conversão. Deveriam ser postos debaixo do jugo e não há
melhor pregação do que espada e vara de ferro foram expressões usadas por
jesuítas sobre os índios, denotando a grande diferença cultural entre os
jesuítas e os nativos, identificados como inferiores. O Concílio de Lima, no
Peru, em 1551, determinou a repressão aos cultos da religião inca, punindo
severamente os indígenas que os praticassem. A resistência dos indígenas à
evangelização nunca desapareceu, mantendo os nativos seus cultos em âmbito familiar.
O sincretismo
religioso tornou-se prática indígena, que associavam seus deuses a santos e
rituais da religião católica. Igrejas e cruzes foram construídas em locais
considerados sagrados por esse povo. Entre os astecas, a aparição da Virgem de
Guadalupe a um indígena, mesclada com uma das deusas da religião nativa, embora
inicialmente reprimida pela Igreja, acabou sendo assimilada ao universo
católico. Cinquenta anos após o descobrimento da América, os espanhóis já
haviam saqueado e conquistado o Novo Mundo, partindo da Califórnia, ao Norte,
seguindo até o extremo da América do Sul, na linha da costa do Pacífico. Cortês
destruiu o grande império asteca no México em 1521 e Pizarro conquistou o
império inca, no Peru, em 1533. Carlos V, sucessor de Fernando e Isabel no trono
espanhol (o mesmo imperador do Sacro Império Romano-Germânico com quem Lutero
se defrontou em Worms), viu navios carregados de riquezas chegarem do Novo
Mundo à Espanha.
Nas terras da América portuguesa, os jesuítas
chegaram com o primeiro Governador Geral Tomé de Sousa em 1549, chefiados por Manuel da Nóbrega;
quatro anos depois, aportou José de Anchieta. Eles
participaram ativamente das decisões políticas quanto à colonização, inserindo-se
nas estruturas sociais, econômicas e políticas das regiões onde se
estabeleceram. Os jesuítas administravam suas fazendas como senhores de terras
e de cativos (indígenas ou negros); problemas locais geraram conflitos que levavam
os jesuítas a serem ocasionalmente expulsos, como aconteceu também na Ásia e na
África. Na América portuguesa, foram expulsos de São Paulo e do Maranhão,
devido a conflitos de interesses com autoridades. A expulsão definitiva dos
jesuítas de Portugal e de suas colônias aconteceu em 1759, sob a liderança do
Marquês de Pombal.
Com a chegada na Bahia, eles ergueram um colégio em Salvador. Embora tenham contribuído muito para a colonização
do Brasil e fundação de várias vilas e povoações (muitas delas hoje cidades),
os jesuítas não foram o primeiro grupo católico a atuar entre nós. A primeira
missa foi rezada por Frei Henrique de Coimbra, ainda em abril de 1500, e sobre
o fato histórico Pero Vaz de Caminha, o escrivão da armada de Cabral, deixou o
seguinte pensamento: "Quem sabe esses infantis visitantes guardarão tão
profunda impressão do que ali observaram, que ainda um dia virão por ele
atraídos fazer parte de nossa comunhão nacional?" As primeiras povoações
brasileiras foram Cananeia, no sul do atual estado de São Paulo (cuja fundação
se deu em 12 de agosto de 1531) e São Vicente, um ano depois, no mesmo estado,
onde ocorreu a primeira eleição da América para escolha dos primeiros Oficiais da Câmara (atualmente vereadores).
A conquista dos nativos para a
fé católica, que Colombo achou que poderia ser por amor, acabou sendo pela
força. A fé pagã indígena deveria ser ela suprimida ou adaptada? Adaptação ou conquista
continua sendo um dilema para a pregação do evangelho às culturas pagãs. Na
época, a tônica era a conquista, a imposição da religião do colonizador. Religiosos
vieram para o Novo Mundo falando espanhol e português em nome da fé católica.
Tudo isso aconteceu na América antes da chegada do navio Mayflower à costa da Nova Inglaterra, em 1620.